Empreendedorismo social
Projeto [RE]usar a Tradição apresentado em Idanha-a-Nova
[RE]usar a Tradição é o novo projeto de empreendedorismo promovido pela associação EcoGerminar, que tem como objetivo criar produtos têxteis em Idanha-a-Nova, associados à confeção e reutilização de desperdícios de roupa, recuperando utilitários tradicionais e readaptando-os às necessidades quotidianas e empresariais.
O presidente da EcoGerminar, Marco Domingos, explica que este é “um projeto de empreendedorismo social, porque aproveita aquilo que é o património imaterial e cultural de um território e cria um novo valor para esse património, adaptando-o às necessidades do dia a dia” e acrescenta que “tem também uma componente social, porque reutiliza aquilo que é visto como desperdício e dá-lhe uma nova utilidade”.
O projeto [RE]usar a Tradição tem também como meta gerar uma marca, a Aqui se Faz, associada à solidariedade, sustentabilidade e criatividade intergeracional e pretende encontrar diferentes mercados para comercialização .
Os primeiros produtos foram já desenvolvidos por um grupo de cinco artesãs de Idanha-a-Nova e apresentados dia 1 deste mês, no âmbito das comemorações do 17º aniversário do Centro Cultural Raiano.
Um dos membros do grupo, Amália Reis, espera que após esta primeira apresentação pública, “o projeto possa crescer, receber mais encomendas e criar mais postos de trabalho no Concelho”.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, enalteceu o valor do projeto, porque “cria economia através da arte” e adiantou que o trabalho vai ser desenvolvido no Centro de Artes Tradicionais.
De referir que no âmbito do projeto já foram criados vários produtos, como a Caixadufe, que é uma réplica do adufe tradicional, e até a trouxa da roupa, inspirada na caixa do queijo, pode ser usada com vários produtos: queijo, enchido, borrachões chocolates. Com aplicação doméstica para guardanapos, linhas, pão na mesa e outros que a inspiração ou necessidade justifique.
Já o Traposol/Faz Sombra é um chapéu constituído por retalhos de tecidos, inspirado nas bolsas que eram utilizadas como meio de transporte, armazenamento e arrumação dos mais variados produtos, e ainda, como mala de roupa.
Outras criações são o Vou Contigo, que é uma mochila inspirada no adufe, para uso regular, em passeios ou outros eventos e o Leva-Tudo, que é uma versão atual da bolsa tradicional, elaborada com retalhos de tecido e que permite transportar inúmeros objetos, alimentos, livros e outros.
A Maravalha é um saco para garrafa, de azeite neste caso, inspirada no adufe, com abertura no fundo para utilização posterior com sacos plásticos ou dentes de alho, enquanto o Eu transporto pode ser utilizada com garrafas em embalagem oferta, réplica miniatura da bolsa tradicional. Como segunda utilização pode retomar a original: armazenamento de leguminosas e ervas aromáticas.